Certificados de aforro ou certificados de tesouro: quais escolher?
Se queres saber as diferenças entre certificados de aforro ou certificados de tesouro, temos a informação que te interessa.
Todos devemos fazer por estar informados para tomar as melhores decisões. Este lema serve para tudo na vida, sendo particularmente fundamental na área das finanças e na gestão das contas.
Os certificados de aforro são um tema que merece ser destacado. Apesar da sua popularidade, muitas pessoas têm muitas questões sobre este tema. Qual a vantagem dos certificados de aforro? Quanto se ganha em certificados de aforro? É preciso declarar certificados de aforro? Qual a diferença entre certificados de aforro e certificados do tesouro? Procuramos aclarar o tema.
O que são certificados de aforro ou certificados de tesouro?
A procura de uma fonte rentável é algo comum em quem pretende assegurar outras formas de ganhar dinheiro, além do vencimento. Uma das opções consiste em investir em títulos da dívida pública, havendo a possibilidade de destinar o investimento a certificados de aforro ou de tesouro.
Qual será a melhor escolha? Os certificados de aforro ou de tesouro consistem em produtos de dívida pública, ou seja, na prática é como se estivesses a emprestar dinheiro ao Estado Português e este paga-te juros como “agradecimento”.
Tanto os certificados de aforro como os de tesouro são contribuições monetárias feitas ao Estado e realizadas mediante poupanças de particulares, sendo que o Estado posteriormente recompensa esses empréstimos através de um rendimento.
Portanto, ambos os produtos são formas de investimento que não implicam risco de perda de capital. Para obter certificados de aforro ou de tesouro, basta visitares os CTT e demonstrares o teu interesse ou fazeres o mesmo no Espaço do Cidadão ou no portal da IGCP (Agência da Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública).
Quais as diferenças ente certificados de aforro e do tesouro?
Como se teve a oportunidade de ver, ambos são produtos de dívida pública. No entanto, apresentam formas de remunerar distintas. São diferentes no modo de calcular e no rendimento. Geralmente, há remunerações distintas nos certificados de aforro e do tesouro.
Enquanto os certificados de aforro têm várias séries, os certificados do tesouro já apresentam quatro versões. No entanto, nos últimos anos, temos assistido a uma gradual redução da remuneração destes dois produtos do Estado, por via da evolução das taxas de juros.
O capital investido é garantido?
É importante ter em conta que não existe risco zero em nenhum investimento. Por isso, o risco deste produto encontra-se associado ao risco do país. O Estado português garante que recebes de volta o capital e os juros.
No entanto, este produto poderá estar em risco, no caso de falência do país. Embora possa ser altamente improvável, a verdade é que já aconteceu noutros países. Por isso, diz-se que este tipo de produto tem capital garantido.
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Certificados de aforro ou certificados de tesouro?
Para melhor perceber as diferenças entre estes dois tipos de certificados, nada como aprofundar as caraterísticas de cada um deles.
Certificado de Aforro
Os primeiros certificados de aforro foram emitidos nos CTT e já têm mais de meio século. Foi em 1960 que começaram a ser emitidos. Desde então, surgiram várias séries com diferentes caraterísticas.
A série dos certificados de aforro (série F) que atualmente se encontra em comercialização foi criada em junho de 2023, apresentando o prazo máximo de 15 anos. O montante mínimo que se exige na subscrição é de 100€ e os reforços posteriores requerem um mínimo de apenas 10€. No entanto, durante os três primeiros meses após a subscrição, os títulos não podem ser resgatados.
Os juros são capitalizados trimestralmente a uma taxa base calculada mensalmente, tendo como referência a Euribor a 3 meses, a qual se encontra limitada entre 0% e 2,5%, taxa bruta.
Existe ainda um prémio de permanência que acresce à taxa base seguinte:
- 0,25% do 2º ao 5º ano;
- 0,50% do 6º ao 9º ano;
- 1% no 10º e 11.º ano;
- 1,50% no 12.º e 13.º ano;
- 1,75% no 14.º e 15.º ano.
Caraterísticas do Certificado de Aforro
Para perceber um pouco melhor o funcionamento dos certificados de aforro, importa conhecer as suas caraterísticas principais.
- Atuais: Série F
- Montante Base: 100 € até 50.000 €*
- Prazo: 15 anos
- Período de imobilização: 3 meses
- Pagamento dos juros: Trimestral
- Valor: E3+1% (>0 e <2,5%)
- Capitalização de juros: Sim
- Prémios: 0,25% do 2.º ao 5.º ano; 0,50% do 6.º ao 9.º ano; 1% do 10.º ao 11.º ano; 1,5% do 12.º ano ao 13.º ano, 1,75% no 14.º e 15.º ano.
- Resgate: Total ou parcial após 3 meses
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Certificado de Tesouro: como evoluiram?
As condições dos certificados de tesouro tem evoluído em função das diferentes séries lançadas.
- 2010: Em 2010, foram lançados os primeiros certificados do tesouro pelo prazo máximo de 10 anos. Então, o rendimento máximo variava entre 5,5% e 7,1% brutos. Estes primeiros certificados do tesouro foram os mais rentáveis de sempre. No entanto, apenas estiveram disponíveis durante dois anos.
- 2013-2017: Posteriormente, seguiram-se os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), entre 2013 e 2017, apresentando uma taxa de juro anual crescente e um prazo máximo de 5 anos. O conselho que se pode dar a quem os tem é que sejam guardados até ao fim.
Os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPV) apresentam um prazo máximo de 7 anos. Os juros são pagos a cada ano, a uma taxa de base crescente entre 0,75% e 2,25% brutas. Contudo, a partir do segundo ano, ao valor da taxa base, acresce um prémio que corresponde a 40% do crescimento médio real do PIB. O prémio somente tem lugar no caso do crescimento do PIB se apresentar positivo e encontra-se limitado a um máximo de 1,2% em cada ano (ou seja, PIB de 3%).
- Atualidade: A série que se encontra atualmente em subscrição é denominada Certificados do Tesouro Poupança Valor. À semelhança da série anterior, o prazo é de 7 anos, pagando juros anuais a taxa crescente. No entanto, as taxas são mais baixas: nos dois primeiros anos, os Certificados do Tesouro Poupança Valor pagam 0,7%, subindo nos anos seguintes para 0,8%, 0,9% e 1%. Já no sexto e sétimo ano a remuneração oferecida é de 1,3% e 1,6% bruta. O montante mínimo exigido quer na subscrição, quer no momento de cada reforço, é de 1000 euros. Além disso, no primeiro ano, não podem ser mobilizados.
Caraterísticas do Certificado de Tesouro
Os certificados do tesouro apresentam caraterísticas distintas das dos certificados de aforro que vale a pena conhecer mais ao detalhe.
- Atuais: CTPV
- Montante Base: 1.000 € até 1.000.000€
- Prazo: 7 anos
- Período de imobilização: 1 ano
- Pagamento dos juros: Anual
- Valor: 0,70% – 1.º ano; 0,70% – 2.º ano; 0,80% – 3.º ano; 0,90% – 4.º ano; 1,00% – 5.º ano; 1,30% – 6.º ano; 1,60% – 7.º ano
- Capitalização de juros: Não
- Prémios: Máximo de 1,5% por ano após o 3.º ano
- Resgate: Total ou parcial após 1 ano
Estes certificados são bons investimentos para o teu dinheiro?
Naturalmente, como cada um deve ser responsável pelas decisões que toma relativamente à forma como fazes a gestão do teu dinheiro, não há uma resposta absolutamente certa para esta questão.
No entanto, tratam-se de investimentos com bastante liquidez. O retorno destes produtos pode não ser muito elevado, mas é um investimento com retorno e de muito baixo risco.
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Certificados de Aforro ou Tesouro: qual o melhor investimento
Existem diferenças entre ambas as opções que determinam a melhor opção para cada pessoa. O certificado de aforro e o certificado de tesouro apresentam caraterísticas distintas, por exemplo, no que diz respeito à frequência de resgate.
Se queres ter liberdade para fazer levantamentos a curto prazo, então, o Certificado de Aforro será efetivamente a melhor opção, porque podes fazer resgates a cada trimestre. Assim, é possível usufruíres dos mesmos ou voltares a investi-los.
Se apenas queres um extra-anual, a solução mais viável será o Certificado de Tesouro, pois a cada ano tem um depósito relativo ao mesmo.
Os diferentes lucros do investimento
Existem alguns fatores a ter em conta no que diz respeito à quantidade dos lucros. Ao fim do primeiro ano, o CTPV parece ser mais rentável e acontece o mesmo ao final de 7 anos.
Contudo, o certificado de aforro torna-se mais lucrativo, se pretender investir durante um período de uma década, devido à capitalização de juros e às taxas fixas.
Para os certificados de tesouro se tornarem mais competitivos relativamente aos certificados de aforro, seria necessário obter um valor médio real do PIB superior a 0,75%. Nesse caso, é preciso ter atenção ao comportamento da Euribor, porque o seu aumento acarretará uma subida dos juros no caso da série E.
Se pretendes fazer um investimento superior a 2 anos, opta somente pelo CTPV, se a perspetiva para o crescimento gradual do PIB for positiva. Caso contrário, o certificado de aforro parece ser a melhor solução, mesmo com condições penalizadoras, atualmente.
Na eventualidade de teres interesse em recuperares o teu dinheiro, deves ter especial cuidado com as datas e fazê-lo após o final do trimestre ou do aniversário da subscrição respetivamente.
No caso do certificado de aforro, por exemplo, se a subscrição for feita a 10 de janeiro, consequentemente os trimestres irão findar a 10 de abril, 10 de julho e 10 de outubro. Assim, se pedires o reembolso a 9 de outubro, os juros relativos a esses três meses serão perdidos.
Retirado do Idealista – Adaptado por Dicas Imobiliárias
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