Comprar casa é a opção número 1 dos portugueses apesar dos juros altos

Aquisição de terreno para construir casa não é ainda opção. E eficiência energética não é prioridade, aponta estudo.

O clima económico em Portugal está inflacionado e marcado por elevados custos do financiamento bancário, muito embora o emprego continue estável. Apesar deste contexto incerto, quem está a pensar trocar de casa continua a optar, sobretudo, por comprar uma habitação, ao invés de arrendar, aponta estudo. Isto porque, historicamente, os portugueses vêem a habitação como um investimento que se traduz em poupança para uma emergência.

Ao questionar os portugueses que estão a pensar trocar de casa num contexto em que o poder de compra está esmagado com a inflação e os juros no crédito habitação estão em alta, as respostas não foram diferentes. A intenção, quando o tema é a troca de casa, também recai para a aquisição, com 90% a querer comprar contra os 10% do arrendamento

Das famílias portuguesas que estão a pensar trocar de casa, 58% refere que será para habitação própria, enquanto para 25% o objetivo é puro investimento. Já 17% diz que gostava de ter uma casa de férias, revelam os mesmos dados.

Subida de juros no crédito habitação

Foto de RDNE Stock project no Pexels

Quais são os tipos de casa para comprar preferidos dos portugueses?

Olhando para o tipo de casas à venda, os apartamentos continuam a ser os preferidos com 49% das respostas, seguidos das moradias com 38%. Já 6% gostava de viver num monte ou numa quinta. “Considera-se interessante o facto de a aquisição de terreno para construção não ser uma das principais opções, tendo apenas 3% das respostas, quando os apartamentos e as moradias somam 87% das preferências.

Quanto à localização, observa-se que as casas à venda situadas nas periferias são a primeira opção para 45% dos participantes – até porque aqui os preços são mais baixos do que nos centros urbanos, embora estejam a aumentar por efeito contágio. Logo seguir, as famílias portuguesas preferem comprar casa nas grandes cidades (39% do total) e só 16% no interior do país.

No que toca às tipologias das habitações, verifica-se que as casas T3 são as mais procuradas, seguidas pelos T2 e pelos T4 (ou mais), indica o mesmo estudo.

Já no que diz respeito às características das casas mais valorizadas pelos portugueses, observa-se que as tendências apuradas durante a pandemia vieram para ficar, já que as áreas e os espaços exteriores continuam nas principais preferências. Também os serviços e comodidades nas proximidades passaram a ter mais importância, enquanto só 10% opta pela garagem como principal caraterística a ter em conta.  

Quando fala-se das características mais valorizadas, verifica-se que, embora se fale muito de sustentabilidade, a eficiência energética ainda não está no ‘mindset’, tendo apenas 7% das respostas, enquanto a área e os espaços exteriores continuam a ser a prioridade.