Crédito habitação: bancos apontam taxa fixa como refúgio para famílias

Com a inflação a subir a par das taxas Euribor, fixar a taxa de juro dos empréstimos da casa é solução para proteger a carteira.

inflação em alta e a subida das prestações da casa por via do aumento das taxas Euribor estão a pressionar os orçamentos familiares de quem tem créditos habitação de taxa variável. E, num cenário de instabilidade financeira, como podem as famílias proteger a carteira às flutuações da Euribor? Os bancos apontam a taxa fixa do crédito habitação como refúgio financeiro.

As taxas Euribor já estão a subir desde o início do ano, uma tendência que se agravou depois de surgir a guerra na Ucrânia e de o Banco Central Europeu (BCE) anunciar uma possível subida da taxa de juro diretora – que, entretanto, foi confirmada para julho na ordem dos 25 pontos base. E em resultado, depois de passarem mais de cinco anos no negativo, a Euribor a 12 meses está a aproximar-se de 1% e a Euribor a 6 meses (as duas mais utilizadas em Portugal) já ultrapassou a barreira dos 0%.  

Tudo indica que as taxas Euribor vão subir ainda mais, depois da subida da taxa de juro diretora pelo regulador europeu. E colocam em risco cerca de 90% dos créditos habitação em Portugal, pois têm taxas variáveis estando, portanto, influenciados pelas flutuações da Euribor. A lógica é simples: se a Euribor sobe, a taxa de juro também acabará por ser atualizada (a 3,6 ou 12 meses), fazendo aumentar a prestação da casa.

Subida da Euribor
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Como proteger a carteira da subida da Euribor?

E como podem as famílias escapar a este clima de incerteza? Fixando as taxas de juro. Isto porque a família fica protegida de eventuais subidas da Euribor, porque a taxa fixa – como no nome indica – não mexe ao longo do contrato. Mas a estabilidade e a ausência de risco têm um preço: numa fase inicial a família ficará a pagar uma prestação da casa superior do que se tivesse contratado uma taxa de juro variável. “A opção de taxa fixa mitiga um risco de aumento das taxas, mas pelo efeito de cobertura desse risco, implica uma prestação no período de fixação da taxa fixa mais cara que a prestação inicial variável”, explicam desde o Novo Banco citado pelo ECO.

Fixar as taxas de juro dos créditos habitação é, de resto, uma solução apontada pelos bancos para que os portugueses protejam as suas carteiras de eventuais subidas da Euribor – recorde-se que em 2008 esta taxa subiu para os 5%, aumentando muito as prestações da casa. O Santander e o Novobanco disponibilizam soluções de taxas fixa nos créditos habitação, o que “permite reduzir a volatilidade do serviço da dívida num contexto de maior subida de taxas de juro”, dizem citados pelo mesmo meio.

Também Miguel Cabrita, considera que para quem não quer estar exposto à volatilidade do mercado, “a solução adequada pode ser a taxa fixa já que dá tranquilidade no momento de subida das taxas de juro”. Até porque “é certo que continuaremos a assistir a um aumento da Euribor, apesar de não existir certeza que valores poderá alcançar”, sublinha ainda.

Taxa variável no crédito habitação
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Risco de incumprimento do empréstimo da casa: sim ou não?

O clima é de aperto para os orçamentos familiares, ontem o INE confirmou a taxa de inflação em 8% em Portugal, e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou mesmo que com este aumento da prestação da casa por via da subida dos juros “uma maior probabilidade de incumprimento das hipotecas”.

Mas, para já, os bancos contactados pelo mesmo meio afastam a hipotese de risco de incumprimento hipotecário, apontando vários fatores que justificam a sua posição:

  • Economia vai continuar a ter um bom desempenho;
  • Estabilidade do emprego;
  • Poupanças acumuladas durante a pandemia pelas famílias;
  • Bancos mais capazes de apoiar famílias;
  • Regras mais restritas na concessão de créditos habitação.

 

Retirado do Idealista – Adaptado por Dicas Imobiliárias

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