Comprar ou arrendar casa? Respostas a uma pergunta sempre difícil…

Há vários fatores a ter em conta, sendo fundamental fazer uma boa análise à situação financeira atual e a médio prazo.

Comprar ou arrendar casa? Esta é a pergunta que muitas pessoas colocam no momento de, por exemplo, saírem de casa dos pais. E a resposta não é fácil de dar, não é taxativa, havendo vários fatores a ter em conta na hora de tomar uma decisão. Uma coisa é certa, os preços das casas subiram muito nos últimos tempos, bem como as rendas pedidas pelos senhorios aos inquilinos, o que não ajuda, de certa forma, a fazer a escolha. Neste artigo tentamos, com a ajuda da Deco, indicar-te um caminho. 

As dificuldades no acesso à habitação e a poupança na fatura da energia, a par da melhoria no conforto térmico da casa, são temas que marcam a ordem do dia, no atual contexto de altos preços das casas, inflação elevada, subida das taxas de juro, perda do poder de compra e crise energética. Para ajudar os consumidores a garantir os seus direitos e melhorar as condições de vida, a Deco lançou o Balcão da Habitação e Energia, em parceria com os municípios, prestando apoio gratuito.

Comprar casa: o que há a saber e o que se deve ponderar?

Comprar casa é o sonho de muitos consumidores, mas está longe de ser um sonho tranquilo. Sobretudo porque, e com quase toda a certeza, terás de recorrer a crédito habitação, enfrentando assim um processo moroso, burocrático e que exige que tenhas uma boa almofada financeira para os custos envolvidos. Mas daqui decorre a principal vantagem de comprar casa: a possibilidade de ires pagando um ativo que no final do contrato fará parte do teu património.

O primeiro aspeto a ter em conta é a tua situação financeira. Optar pela compra de casa passa pela avaliação dos teus rendimentos: estão garantidos ou são muito voláteis? Precisarás de ter uma reposta firme, pois o cumprimento das prestações do crédito habitação não pode ser deixado para trás. 

Depois calcula a tua taxa de esforço, sendo que só deverás equacionar a compra quando a mesma não ultrapassar os 35%. Para executares este cálculo, deves contabilizar todas as prestações de crédito que tenhas e não apenas o crédito habitação.

Feita esta reflexão, se obtiveres sinal verde avança, mas certo de que os bancos apenas emprestam 90% do valor da casa, alguns vão mesmo só até aos 80%, por isso precisas de uma entrada inicial para concretizar o negócio. Nada invalida que apresentes um maior valor de capital e peças um valor financiamento mais baixo. Quanto maior for a parcela de capitais próprio, mais baixo pode ser o valor de spread que o banco te apresenta.

E a entrada não é o único valor que precisas de ter disponível na compra. Necessitas ainda de orçamento para suportar as despesas com a escritura e o registo da habitação, com o imposto de selo e com o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT). Isto para concretizar o negócio, pois para a análise do processo de financiamento com o banco terás de ainda de suportar comissões de abertura de dossier, de avaliação, de solicitadoria e outras.

Uma vez proprietário, terás de cumprir outras obrigações, como o pagamento da quota do condomínio, os seguros, por exemplo o multirrisco e de vida, e o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

Comprar ou arrendar casa, o que é melhor?

Foto de Timon Studler na Unsplash

Arrendar casa: o que há a saber e o que se deve ponderar?

Sobretudo para os mais jovens, que ainda não tiveram oportunidade de amealhar o suficiente para uma entrada inicial do crédito e para os custos inerente ao processo, arrendar casa pode ser a solução. Os consumidores que não querem encargos além da renda podem ter aqui para a sua saída.  

Se tens uma vida profissional que implica constantes mudanças, nomeadamente geográficas, poderás ter no arrendamento a melhor solução, já que o processo de sair de uma casa e arrendar outra é muito mais simples que o processo de compra e venda.

Embora, à partida, pareça mais vantajoso ., precisas de estar ciente de que sendo inquilino ficarás dependente da vontade dos senhorios em renovar ou não contratos. Mais, estarás limitado da autorização do senhorio para realizar obras e remodelações na casa, facto que, a longo prazo, pode significar tanto investimento como na compra de uma casa.

Em termos de planeamento financeiro, o arrendamento exigirá da tua parte alguma análise à tua situação financeira, por um lado, porque é comum serem solicitadas algumas rendas em adiantado, como garantia do bom cumprimento do contrato. E por outro, porque face ao preço médio do mercado de arrendamento, sobretudo nos territórios com grande pressão populacional, este requisito representa algum poder financeiro, ainda assim menor do que a entrada de capital na compra de uma casa.

Ser proprietário ou ser inquilino?

Foto de Hadija Saidi na Unsplash

Comprar ou arrendar casa? As conclusões

Resumindo, tanto na compra como no arrendamento da casa existem vantagens e desvantagens. A tua decisão deve passar sempre por fazer uma boa análise à situação financeira atual e a médio prazo e consciente das obrigações que cada negócio acarreta.