ASMIP vê mercado imobiliário resiliente

Incerteza conjuntural afeta expectativas do mercado, todavia não é esperada uma grande diminuição nos negócios em 2023

ASMIP – Associação dos Mediadores do Imobiliária de Portugal constituiu-se em 2014, “com uma nova mentalidade de prestação de serviços e de liderança, sempre em favor dos seus associados”. Quem o afirma é Francisco Bacelar, seu atual presidente, para quem o mercado imobiliário “apesar de algumas notícias crescentemente pessimistas, tem mostrado uma resiliência muito significativa”, afirma o responsável.

Segundo Francisco Bacelar, “sendo certo que tem vindo a diminuir o número de negócios, o ano de 2022 acaba por fechar com resultados aproximadamente idênticos, e em algumas áreas até melhores do que em 2021, pelo que uma eventual diminuição se refletirá mais em 2023, embora, pelos mais recentes dados, de forma suave”.

Para 2023, a palavra certa é “expetativa”. “A incerteza atual suspende, ou adia alguns projetos, mas ao mais pequeno sinal de retoma, por exemplo com o fim da guerra, a máquina da construção e reabilitação voltará ao ritmo anterior”, defende. Até lá, o facto de não se produzir tanta construção nova vai sustentando os elevados preços já atingidos, “pelo facto de a procura se manter e a oferta não ser suficiente”, afirma.

Classe média continuará a ter grandes dificuldades para adquirir habitação

No que diz respeito ao impacto que os programas associados ao PRR poderão ter no mercado imobiliário, Francisco Bacelar considera que “serão importantes, sem margem para dúvidas, mas uma gota de água no oceano das necessidades de habitação”. “Será preciso muito mais para que se consigam habitações decentes para uma cada vez maior classe média que tem enorme dificuldade em adquirir habitação.”

Para o presidente da ASMIP, até aqui os preços eram elevados. “Mas a taxa de juro compensava. A partir de agora os preços mantêm-se elevados, mas as taxas de juro não param de subir, logo as prestações ficam mais pesadas e fora da taxa de esforço que é necessário cumprir para a obtenção dos empréstimos”. A expetativa é que o PRR venha ajudar a “construir habitação com preços que sejam comportáveis para as condições salariais, e respetivas taxas de esforço, da maioria dos portugueses” conclui.

Retirado do Jornal Negócios – Adaptado por Dicas Imobiliárias