Recibos verdes: vai ser mais fácil abrir atividade na Autoridade Tributária

Está a ser desenvolvida uma app para telemóveis que vai permitir a estes contribuintes interagir com a administração fiscal. 

A Autoridade Tributária e Aduaneira está a desenvolver uma solução informática para simplificar a declaração de início de atividade dos recibos verdes, revelou o subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte, Nuno Félix, em entrevista à Lusa.

“A Autoridade Tributária e Aduaneira está neste momento a ultimar um conjunto de desenvolvimentos informáticos para tornar mais fácil a interação dos profissionais liberais, dos trabalhadores independentes
com a administração fiscal e isto vai traduzir-se numa declaração de
início de atividade num formato muito mais simples e amigável”, disse
Nuno Félix, que há dois anos assumiu a nova área da relação com o
contribuinte, criada na AT.

A par desta simplificação está também a ser desenvolvida uma aplicação para telemóveis que vai permitir a estes contribuintes interagir com a administração fiscal, seja para emitir recibos verdes, seja, por exemplo, para fazer todo o acompanhamento das faturas que lhes vão sendo emitidas.

A nova aplicação está já a ser testada em parceria com as ordens profissionais e o objetivo é que seja lançada ainda este ano,
adiantou Nuno Félix, precisando que as soluções que estão a ser
trabalhadas para os profissionais liberais e trabalhadores independentes
resultam de um conjunto de complexidades nas obrigações que foram
identificadas e que geravam muitas vezes erros, que por sua vez levavam a
“aparentes incumprimentos”.

O foco na simplificação e na melhoria da relação entre o contribuinte e a AT pretende dar resposta à constatação de que a “esmagadora maioria” dos contribuintes “são cumpridores”
e que, muitas vezes, quando não cumprem, é porque “não estavam
inteiramente cientes das suas obrigações ou tiveram alguma dificuldade
em cumpri-las”.

Neste contexto, precisa o subdiretor-geral, “sem prejuízo da AT
manter e dever manter todos os seus instrumentos para reagir em relação
aos contribuintes que insistam em não cumprir”, enquanto administração
tem “o dever de continuar cada vez mais a simplificar e a facilitar o
cumprimento para aqueles que querem cumprir”.

Melhorar a relação com o contribuinte

É também com o objetivo de melhorar a relação com o contribuinte que
está a ser desenvolvida a medida que pretende clarificar e tornar mais
simples o texto das notificações que a AT envia aos contribuintes e as
primeiras a serem abrangidas são as das liquidações oficiosas de imposto
e as das execuções fiscais.

Trata-se, referiu o mesmo responsável da AT, de duas áreas
consideradas prioritárias a este nível da simplificação da comunicação
porque, no caso das liquidações oficiosas, “é muito importante que as
pessoas percebam antes de mais porque é que aquela liquidação está a
surgir”, qual é a informação de base na qual está ser emitida e de que
forma podem reagir.

“E aqui talvez o exemplo mais paradigmático seja o profissional liberal ou o trabalhador independente que se esqueceu de submeter a declaração periódica de IVA e recebe uma liquidação oficiosa de IVA”, precisa.

Em relação às execuções, precisa, é igualmente importante que o
contribuinte perceba o que lhe está a ser imputado e qual o motivo. Esta
explicação, de forma simples e clara, é especialmente relevante quando
está em causa uma citação de dívida que sendo não tributária, também é
cobrada pela AT – como sucede com as das portagens por exemplo.

É que, se no caso de uma dívida fiscal, houve todo um histórico e o
contribuinte sabe quais foram as fases anteriores até se chegar a esta
fase da execução, nem sempre isso sucede relativamente a dívidas não
fiscais – em que o visado alega muitas vezes que nem foi citado para
efetuar o pagamento de forma voluntária.

Projeto-piloto deve arrancar este ano 

A medida das notificações mais simples está prevista há já algum
tempo, e o projeto-piloto deverá arrancar ainda este ano, mas a sua
concretização tem enfrentado duas dificuldades: por um lado, fazer com
que o texto seja mais claro mas sem perder toda a exatidão do ponto de
vista legal e, por outro lado, o exíguo espaço para o texto existente no
formato atual das notificações em papel.

“Neste momento expedimos as nossas notificações com um formato de
papel que deixa um espaço bastante reduzido para o texto, e a conclusão a
que temos chegado é que, para transmitir a mensagem de forma mais
clara, vamos precisar de mais palavras e isso leva a que, neste momento,
estejam a ser equacionadas não só evoluções a esse nível, mas também
que esteja a ser feito um investimento considerável nas notificações
eletrónicas”, ou seja, na possibilidade de, no Portal das Finanças, consultar as notificações.

 

 

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Retirado do Idealista – Adaptado por Dicas Imobiliárias