Como comprar casa sem ter poupanças

Adquirir um imóvel em planta, arrendar com opção de compra ou recorrer a empréstimo de familiar entre as opções mais habituais.

 

Pedir dinheiro emprestado ao banco para comprar casa é a solução mais habitual em Portugal, nos últimos anos. Os bancos têm mostrado disponibilidade para conceder crédito habitação, além de que a procura por financiamentos bancários está ao rubro, devido ao nível baixo das taxas de juro. Afinal, comprar casa sem poupanças, para a entrada e gastos inerentes à transação, é uma missão quase impossível. No entanto, há cinco formas de comprar casa sem ter dinheiro amealhado. Explicamos quais são, com a ajuda de especialistas.

Nos últimos anos, a compra de imóveis passou a ser uma operação mais complicada. Ao contrário daquilo que sucedia durante a época da bolha imobiliária, atualmente os bancos financiam no máximo 90% da avaliação ou do preço de compra da casa, o que significa que é necessário contar com poupanças para responder aos 10% restantes mais as despesas e impostos da transação.

Geralmente, a almofada necessária para adquirir uma casa é de 20%, o que se traduziria em 40.000 euros para um imóvel de 200.000 euros. Tendo em conta o salário médio em Portugal, a opção tradicional para uma pessoa se converter num proprietário pressupõe ter de poupar durante vários anos para pagar a entrada da casa.

E o negócio da compra e venda de imóveis está, mesmo em tempos de pandemia da Covid-19, em máximos de mais de uma década. Como é que isto possível? Há, na verdade, várias alternativas que permitem comprar uma casa apesar de não se terem poupanças suficientes, como por exemplo adquirir a casa em planta, ou arrendá-la com opção de compra, bem como pedir ajuda financeira a familiares. Estas são as cinco formas mais usadas em Portugal para comprar uma casa sem ter poupanças.

Comprar um imóvel em planta

Esta opção pressupõe comprar a casa antes de estar terminada e muitas vezes antes de se ter iniciado a construção, o que permite ir pagando prestações pouco a pouco até alcançar os 10% do preço que, no máximo, os bancos não financiam no crédito habitação; e poupar para pagar os impostos. 

Segundo os especialistas, o ideal é procurar um crédito habitação num prazo de dois ou três meses antes de se poder começar a viver na casa.

Comprar casa em planta
Foto de Pavel Danilyuk no Pexels

Arrendamento com opção de compra

De forma geral, esta fórmula consiste na elaboração de um contrato de arrendamento que garanta que, passado um período de tempo determinado, o comprador tem direito a adquirir o imóvel a um preço acordado previamente com o proprietário, descontando o montante que pagou através das rendas pagas até ao momento.

Esta opção tem vantagens tanto para o inquilino e futuro comprador como para o atual proprietário do imóvel. O arrendatário, por exemplo, tem a tranquilidade de que se os planos não correrem como o esperado, o seu compromisso estará limitado a interromper o contrato de arrendamento nas condições legais habituais. Adicionalmente, o inquilino e futuro potencial comprador pode conhecer a casa a fundo e a zona onde esta se encontra, e assim perceber se a mesma se adapta plenamente às suas necessidades antes de formalizar a compra.

No caso do vendedor, o benefício é que usufrui de rendimentos e de uma rentabilidade durante os meses em que a casa está arrendada, o que pode ser uma opção interessante para os proprietários que estão com dificuldades para vender o imóvel.

Arrendamento com opção de compra
Foto de Alena Darmel no Pexels

Empréstimo ou donativo de familiares

Outra das possibilidades é que alguém próximo (familiares, amigos etc.) tenha poupanças suficientes para poder emprestar ao comprador um montante que lhe permita fazer face a um processo de compra habitual.

O familiar pedir um empréstimo pessoal

No caso de não dispor de uma almofada financeira, uma via a utilizar é que seja um familiar (habitualmente os pais) a pedir um empréstimo pessoal junto do banco para poder cobrir o montante que não é financiado pela entidade. Esta alternativa é, logicamente, mais arriscada que a anterior, já que prevê um endividamento extra.

Comprar um imóvel do banco

Uma forma de aceder a um imóvel apesar da falta de poupanças é comprar uma casa de um banco. O negócio principal das entidades bancárias não é o imobiliário, pelos que os bancos oferecem estes imóveis a preços mais acessíveis. Adicionalmente, também apresentam soluções de financiamento adaptadas a este tipo de compra. Estes créditos habitação oferecem condições particularmente vantajosas para os clientes, já que o próprio banco é o principal interessado em desfazer-se destes imóveis que têm no seu balanço, por exemplo permitindo financiamento acima dos 90% e isenção da comissão de avaliação. 

De acordo com as instruções do Banco de Portugal, os bancos apenas podem financiar acima dos 90% de compra os imóveis que pertençam aos seus balanços. 

Vantagens de comprar casas de bancos
Foto de RODNAE Productions no Pexels

 Retirado do Idealista – Adaptado por Dicas Imobiliárias